Entrevista a Ivo Filipe De Almeida

Hoje no meu blog deixo uma entrevista que fiz ao advogado 

Ivo Filipe De Almeida
 

Porque é que quiseste ser advogado?
 


R: "Não posso dizer que fosse á partida uma escolha. Quando frequentei o ensino secundário, foi natural que se denota-se de alguma forma um maior interesse e responsabilidade no que seria o nosso dia de amanhã. Foi por essa altura que parei para pensar no assunto e invariavelmente tentei num exercício de introspecção definir quais as características que mais se adequavam aos meus interesses. O gosto pela leitura e escrita, deu-me alguma facilidade no âmbito da oralidade, o que se relacionava perfeitamente com a área em questão. Juntando a tudo isso, o enorme gosto pela justiça e pelas leis. Ainda assim, não se pode de forma alguma dizer que tenha sido algo que sempre tive em mente. Foi-se construindo com o tempo, e especialmente modificando-se com o mesmo".


Depois de te formares ainda quiseste exercer a profissão ou pensaste em ter outra carreira?

R: "Não foi preciso o térmito da minha licenciatura, porque simplesmente ainda a meio da mesma, reuni informação suficiente, para traçar e alterar para um novo objectivo a percorrer e decidir que não era a advocacia a última paragem, mas sim a magistratura judicial. Não obstante a que novas ideias e noções possam de alguma forma mostrar-me algo inédito, mas quem estuda, vive da lei e da justiça, não o pode fazer senão estiver apaixonado por ela. Nesse sentido, não posso afirmar que não tenha alterado o meu foco de interesse, e até julgo que é positivo quando vamos limando arestas e escolhendo caminhos, sempre salvaguardado a melhor e maior responsabilidade dos nossos actos".



O que é que achas dos advogados que dão mau exemplo?



R: "Como em qualquer outra profissão no mundo, existem bons e maus profissionais. Maus eletricistas, maus sapateiros, maus canalizadores, e até maus professores. No entanto, é certo que também existem bons profissionais nestas mesmas áreas supracitadas. O caso da Advocacia, não é uma exepção neste sentido, mas sinto necessidade de ressalvar um ponto que me parece importante. A realidade dos advogados em Portugal, não obstante ao que disse, é ligeiramente diferente daquela que a comunicação social nos tem vindo a presentear. Sendo a Advocacia, uma profissão por excelência de exposição quer da vida laboral pública, quer da privada, torna-se acessível, e apetecível em razões de ordem financeira, noticiar sobre os Advogados, sobre os Magistrados, Deputados, e demais pessoas influentes, pois garantem assim um maior sucesso na venda da notícia. Exemplo claro dessa situação é dado quando é vulgarmente conhecida a facilidade que existem em ver notícias sobre o mau trabalho de um advogado, ou a má prestação em tribunal, ou a calúnia em que o advogado está relacionado, ou até mesmo umas péssimas declarações que proferiu num qualquer programa da televisão. O que é certo, é que a realidade sai desfocada, quando a notícia é literalmente parcial, e filtra tantas outras onde se reconhece o mérito ao advogado, ou onde é por acção e boa prestação deste que se ganha uma causa complicada e se descobre a verdade material. E diga-se, são estas últimas em muito maior número do que as primeiras. Apenas não tão apetecíveis, porque no país em que vivemos, o importante é o jornalista atingir onde faz barulho, não respeitando a imagem dos outros e maioritariamente desconhecendo o próprio código deontológico do jornalista".


Quais são as características que um bom advogado deve ter?


R: "Não existe uma fórmula ideal para ser feliz, ou para vencer na vida. Nesse mesmo sentido, é certo que também não se pode criar a receita para se ‘cozinhar’ um bom advogado, no entanto, não posso deixar de destacar certas características que são de todo influentes e importantes, na direcção de uma vida como Advogado. De entre a boa capacidade oratória, a escrita, um raciocínio objectivo e perspicaz, uma facilidade de prender um auditório e falar em público, cativar e argumentar, e especialmente uma vertente que tem sido um tanto banalizada por alguns jovens Advogados que é a arte da retórica, todos estes são predicados necessários e fundamentais ao sucesso de um Advogado, pois terá de fazer dos mesmos alicerces essenciais á vida laboral".

O que dirias para aqueles que sonham em ser advogados?

R: "Não se trata especificamente de um aspirante a Advogado ou a outra qualquer profissão, pois os concelhos possíveis são idênticos. Traçar desde cedo os caminhos que se deseja alcançar, e depois, venha chuva, sol ou vento, lutar por eles até ao fim das forças, sem permitir de forma alguma desanimar. Preparar-se para uma odisseia de dificuldades, e treinar a persistência. Todos o sucesso começou por um demagogo sonho parvo".



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